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  • Alfredo Gueiros

Catarata!

Atualizado: 13 de abr. de 2020


Consultório

Tudo começou em outubro de 2019 quando finalmente, resolvi renovar a já vencida CNH.

Eu já sabia que iria precisar de me submeter a uma cirurgia de catarata (mal familiar) e relutante, não reconhecia a incapacidade visual e, sendo dito por mim, para quem se admirava da minha visão, que mesmo com o passar de tantos anos, ainda não necessitava de óculos e considerava minha visão como a de uma águia, sem saber por tanto, que águias não vão ao oculista, nem mesmo antes dos 63 anos.

Pois bem, fui ao DETRAN e percorri todo o périplo necessário para a tal renovação, até chegar no "exame de vista". Ao entrar na sala o médico apontou para um banquinho para eu sentar em frente a uma máquina parecendo um binóculo; onde deveria apoiar o queixo e olhar nas lentes e, ao mesmo tempo, pedia pra dizer nomes das invisíveis letras, que supostamente, apareceriam diante dos meus olhos. Sem nada enxergar, chutei o nome "ENE"!

Mandou me levantar e sentar em outra cadeira parecida com a de um dentista. Eu inocente, pensei: "...ele vai examinar os meus dentes também?" Enquanto divagava ouvi o comando: "...olhe naquela faixa azul e me diga as letras que vê!..."

Tentando enxergar, espremendo os olhos, porém sem nada ver, perguntei: ..."que faixa azul, Dôtô?..."

As últimas palavras do médico foram: "Procure um oculista!..." e, ao mesmo tempo, me dava uma guia para apresentar, quando voltasse para a VERDADEIRA renovação!

Minha esposa, já conhecendo a teimosia crônica que assola a família e, sem nada questionar, marcou um exame em um centro oftalmológico próximo ao nosso apartamento. Na data e hora marcada me apresentei em uma superlotada recepção que, mesmo assim, atendia com rapidez e eficiência. Aquilo me alegrou por que, foi rápido.

Após apresentar a carteira do "plano", colher digital, dados pessoais e por fim uma foto, sentei em uma das cadeiras da recepção.

Depois de alguns minutos ouvi o meu nome ser chamado. Uma jovem muito gentil pingou gotas de um ardido colírio nos meus olhos enquanto dizia: “...é para dilatar suas pupilas...” e eu mentalmente dizia:” tá parecendo que é para temperar”.

Passaram-se outros tantos minutos e, mais pimenta nos olhos que se repetiu por mais duas ou três vezes, não me recordo ao certo!

Demorou mais um pouco e, um jovem rapaz chamou o meu nome, levantei rápido e fiz sinal com o braço, achando que ele não me via, porém quem não o via, era eu.

Fui conduzido a uma sala com três aparelhos e me recordo de um que tinha umas fileiras circulares de LED’s vermelhos, que pareciam com um fogareiro elétrico daqueles bem antigos e, no momento que avistei logo pensei. “... é por isso que pingam a pimenta, vou avisar que prefiro meus olhos ao vinagrete...”.

Nunca imaginei que fosse preciso tantos aparelhos para diagnosticar que eu precisava usar óculos, ao todo foram 12, sem contar com aquele pequenino com uma luzinha que coleta a digital, aquele lá da recepção.

Finalmente fui recebido por uma jovem senhora para, formalmente, comunicar que eu iria usar óculos, antes porém, eu precisaria ser submetido à uma cirurgia de catarata e passou mais de 10 minutos justificando o por quê desse procedimento. Blá, blá, blá....

Sair do tal centro oftalmológico “cego de guia”, não conseguia chamar o taxi pelo aplicativo mas, como podem comprovar, cheguei bem!

Minha maior surpresa foi quando, depois de passar parcialmente o efeito do tal colírio pimenta, olhar para a TV e ver aquelas cores tão bonitas, firmes e definidas.

Minha maior frustração foi quando o efeito passou totalmente...

Alfredo Gueiros

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