top of page
  • Fernando Amora

Os Davis


Agora a noite, lendo as notícias do Facebook, fui surpreendido com o texto, o qual transcrevo, logo abaixo desse prefácio.

Trata-se de uma pesquisa realizada por um colega de turma, que durante um dos nossos períodos escolar, época em que estudávamos no Colégio Batista Santos Dumont em Fortaleza e, nos ombreávamos durante o hasteamento da Bandeira brasileira, ao canto uníssono do hino nacional, antecedido pelo o do próprio colégio. Dr. Davis e sua esposa, D. Sarah foram felizes em todo o projeto que desenvolveram aqui nas terras alencarinas; e acredito que, por três atitudes..

PRIMEIRA: EDUCAÇÃO CRISTÃ: O colégio fazia parte da Missão Evangélica Batista no Brasil. Atualmente é uma instituição religiosa, por natureza, e sem fins lucrativos - promove a divulgação da fé cristã, seguindo os ensinamentos neotestamentários, conforme a doutrina do nosso Senhor Jesus Cristo.

SEGUNDA O NOME. Batizar o colégio com o nome de um brasileiro com prestígio internacional e considerado por todos nós o pai do avião; indo de encontro ao pensamento norte americano que sempre duvidou com forte veemência de tal paternidade?

TERCEIRA: O CIVISMO. Era obrigatório, diariamente, entrar em formação juntamente com as demais turmas, fazer parte do hasteamento da bandeira, acompanhado com canto do hino do colégio e posteriormente, o hino nacional, completo! Portanto, parabenizo ao amigo escritor por nos trazer tão boas lembranças que ao lê-las, conseguir ouvir na memória, a inesquecível estrofe do famoso hino: "...O Colégio Batista é o templo da ciência, virtude e labor, dá à mente o saber, luz à alma, dá ao corpo a destreza e o vigor..."

Estudei no Colégio Batista de Fortaleza, e claro lá conheci o casal Davis, que fundaram e comandavam aquele ateneu. Ambos, sempre muito sérios, podia-se pensar, eram antipáticos. De Dona Sarah realmente nada sei dizer sobre esse aspecto, porque sempre afeita quase que exclusivamente aos assuntos femininos, sendo certo que nunca troquei uma palavra com ela. Todavia Burton, ou Dr. Davis como o chamávamos, por trás de suas feições sempre fechadas era realmente um homem simpático, consoante tive muitas vezes oportunidades de constatar. Pois bem, além da evidente peruca que usava sobre sua cabeça, nós alunos não batizados “batistas”, pouco sabíamos do Dr. Davis, além de que viera a muito com sua mulher para o Brasil, fundara o Colégio e Hospital Batista, era pastor, tinha dois filhos - um nos Estados Unidos, e outro no aqui, que se chamava Erick. Essa semana lembrando do meu saudoso colégio resolvi pesquisar sobre o Dr. Davis, começando num site popular denominado “Find a Grave” (encontre um túmulo). À primeira vista, nada estava lá. Daí que resolvi procurar por dona Sarah no mesmo site e ... bingo: Sarah Blanche Nesbitt Davis, sepultada no mesmo túmulo do seu marido, Burton deWolf Davis. Daí pros vários sites de genealogia americanos disponíveis na internet, encontrei mais sobre o casal:

a) Burton deWolf Davis: Nasceu em Auburn, Pensilvânia, no dia 26 de março de 1910. Era filho do casal Clark Emmons Davis (1865 – 1923) e de Minnie Farr Davis (1873 – 1967). Tinha cinco irmãos (John, Harold, Richard, Thomas e Myron), e duas irmãs (Winifred e Lucy). Cursou os cursos elementares na sua cidade natal, e fez o curso médio no “Wilkes-Barre College”, na cidade de Wilkes-Barre, Pensilvânia. . Após isso passou a residir em Nova Iorque, onde estudou e graduou-se em “design” (arquitetura ?) pela “National School of Design”. De lá mudou-se pra Chicago, formando-se em Teologia pelo “Moody Bible Institute”, e finalmente tornou-se pastor batista pelo “Southern Seminary”, em Louisville, estado do Kentucky. Casou-se com D. Sarah em “Laceyville”, Pensilvânia, em março de 1938.Ela era funcionária (professora de religião) na “Monaghan Baptist Church”, onde Dr. Davis era o pastor. Posteriormente, no ano de 1946, vieram para o Brasil - ele como representante missionário da “Southern Baptist Convention”. Como pastor efetivo da “Primeira Igreja Batista de Fortaleza, Dr. Davis fez edificar a sede da igreja na Aldeota, tal como lá se encontra hoje (Rua Silva Paulet, 1111). O desenho arquitetônico da igreja é de sua autoria. Encerrou suas atividades pastorais nessa igreja em 1968, por motivo de aposentadoria. Em 16 de janeiro de 1950, fundou em Fortaleza o Colégio Batista Santos Dumont, na então Rua São Francisco, Aldeota (hoje Rua Desembargador Leite Albuquerque nº 1056), construído também sob “design” de sua lavra, inspirado nas célebres e históricas mansões sulistas americanas. Dr. Davis sonhava construir em Fortaleza um hospital para atendimento da população mais pobre, e em especial dos fieis de sua igreja. Assim, inicialmente no ano de 1951, tendo à frente do quadro clínico o Dr. Silas Munguba, inaugurou um atendimento ambulatorial que oferecia atendimento em Clínica Médica, Obstetrícia e Enfermagem, mais tarde (1959) criando também um atendimento odontológico. Os serviços eram gratuitos, e na maioria dos casos o paciente levava também de graça os remédios receitados. Em 1960, lançou a pedra fundamental do Hospital Batista Memorial, que somente restou concluído no ano de 1967. Em 18 de janeiro de 1968 entrou em funcionamento esse hospital, com 25 leitos. Dr. Davis além do mentor, era também o Diretor Administrativo dele. Dr. Davis permaneceu no Brasil até o ano de 1975, quando voltou ao seu país de origem, passando a residir na cidade de , Taylors, Carolina do Sul, onde mesmo aposentado, juntamente com Dona Sarah, criaram o “Mobile Medical Mission Team” (algo como “equipe de missão médica móvel”), que ainda chegou a realizar 12 viagens caritativas ao Brasil. Dr. Davis faleceu aos 93 anos, no dia 06 de agosto do ano de 2003, no “St. Francis Women's & Family Hospital, em Greenville, Carolina do Sul. Deixou dois filhos, os reverendos Derrick Stanford de Wolfe Davis e Eric R. Davis, além dois netos. Foi velado na Primeira Igreja Batista de Taylors, e sepultado no cemitério da mesma congregação (Taylors First Baptist Church Cemetery). Ainda hoje existe em Aquiraz uma missão da igreja americana batista denominada “Davis Lar” (por aqui conhecido como “Lar de Crianças Sara e Burton Davis”), que objetiva o acolhimento de menores negligenciados, que sofreram violência ou abandono.

b) Sarah Blanche Nesbitt Davis: Nasceu em 12 de maio de 1910 em Laurens, Carolina do Sul. Era filha de James Harvey Nesbitt e Elizabeth Burns Nesbitt. Estudou na “Parker High School”, após, graduando-se na “Millsaps College”, no Mississipi. Posteriormente frequentou o “Moody Bible Institute”, em Chicago, onde formou-se em Teologia. Conheceu Dr. Davis na “Monaghan Baptist Church”, em Chicago, quando ele era o pastor da igreja, e ela funcionária (professora de religião). Chegando ao Brasil em 1946, era a companheira adorada e braço direito do Dr. Davis, participando ativamente de todas as empreitadas a cargo de seu marido. Além disso, era a presidente e gestora financeira da “Southern Baptist Foreign Mission Board”, no Brasil, e auditora da “Equatorial Baptist Mission Board”, em Fortaleza. Foi fundadora do Sitio Batista Alberta Stewart, na Paupina (Fortaleza), e da “Escola Batista Elementar”, onde ensinava inglês e artes doméstica. Dona Sarah foi também organista na Primeira Igreja Batista de Fortaleza, onde segundo se fala, era habilíssima nesse mister. Após aposentadoria dela e de seu marido (1975), voltaram aos Estados Unidos, passando a residir na cidade de “Taylors”, Carolina do Sul. Faleceu aos 92 anos de idade em 18 de abril de 2003, no “National Health Care Nursing Home”, hospital sediando em “Mauldin”, Carolina do Sul. Foi suputada ao lado de seu marido no “Taylors First Baptist Church Cemetery” em Greenville, estado americano da Carolina do Sul. Deixou viúvo, dois filhos e dois netos.

423 visualizações1 comentário

Posts recentes

Ver tudo
bottom of page