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  • Folha de São Paulo

Cantareira dá sinal de vida e deve sair do volume morto


Após forte política de racionamento e chuvas acima da média desde setembro, o sistema Cantareira dá sinal de vida e está próximo de deixar de utilizar o volume morto. Se o armazenamento de água crescer pouco mais de 6,5%, o reservatório passa a operar com a carga original.

Mantido o ritmo de dezembro, a marca será batida ainda até o fim deste ano. Em valores absolutos, faltam 18 bilhões de litros de água.

Em agosto, num dos períodos mais críticos, foi quase sete vezes maior o uso dessa espécie de cheque especial do sistema que atende à capital paulista e entorno.

Nesta quarta-feira (24), o sistema operou com 21,3% de sua capacidade, incluindo as cotas do volume morto.

Sairá do cheque especial quando atingir 22,65%. Integra o volume morto a água que fica no fundo do sistema, que em situações normais não seria utilizada.

A volta das chuvas (que estavam abaixo da média até agosto) não traz alívio automático para a população.

O racionamento não declarado deve seguir duro em diferentes pontos da região metropolitana para que uma poupança de água facilite o enfrentamento do próximo período seco, de abril a setembro do ano que vem. Nesta terça-feira (22), a Sabesp e a gestão do governador Geraldo Alckmin (PSDB) anunciaram que prorrogarão outras medidas que visam frear o consumo.

O bônus oferecido a quem utilizar menos água e a cobrança de sobretaxa aos consumidores na Grande São Paulo vão até o fim de 2016 ou até que "haja maior previsibilidade quanto à situação hídrica". Obrigatoriamente, a estratégia tinha de ser revista no fim deste ano.

Nesta quinta, a Arsesp (Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo) anunciou que autorizou a medida.

HISTÓRICO O volume morto começou a ser idealizado em janeiro de 2014, quando o maior reservatório de SP perdia cada vez mais água, e as projeções apontavam que o Cantareira poderia pela primeira vez ficar abaixo de seu nível original de captação de água.

Era ano de eleição, e o governador Geraldo Alckmin (PSDB), então candidato à reeleição, nem cogitava rodízio. O consumo se mantinha, as chuvas não vinham, e as represas só secavam. Desde o meio de julho do ano passado, o abastecimento ficou refém de bombas instaladas emergencialmente no fundo do Cantareira.

O sistema, que atendia a 9 milhões de pessoas, chegou à casa de apenas 5 milhões –o restante foi socorrido com água de outros mananciais.

O uso do volume morto recebeu críticas de especialistas, pelo risco ambiental ao secar quase que completamente as represas e a falta de planejamento do governo aos primeiros sinais da estiagem.

Para o governo, porém, o uso dessa "reserva técnica" foi a melhor opção para evitar cortes mais drásticos.

ALTO TIETÊ Outro sistema que desperta preocupação das autoridades é o Alto Tietê.

Nesta quarta, estava com 22,3% da capacidade. No dia 1º, eram 15,9%.


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